terça-feira, 20 de março de 2012

Polícia Civil desvenda atuação da ‘gangue das loiras’

Por Guilherme Uchoa

Usando roupa provocante e andando de forma sedutora, “Bonnie” entra em uma loja de eletrônicos no shopping Ibirapuera e compra quatro iPads de R$ 2 mil cada, além de outros produtos de alto valor. A compra naquele dia foi de R$ 17.500. Os vendedores da loja, distraídos com a bela loira e diante da possibilidade de fazer uma boa venda, não verificam se o cartão de crédito apresentado pertencia mesmo à moça. Do lado de fora do shopping, dirigindo um carro roubado, estavam “Clyde” e sua vítima, a proprietária do veículo.
Era assim mesmo que agia a “gangue das loiras”: apostando na beleza de suas integrantes e usando os codinomes da famosa dupla de assaltantes a banco dos Estados Unidos do início da década de 30, que ficou eternizada nos cinemas em 1967, com o filme “Bonnie & Clyde – Uma rajada de balas”. Eles sequestravam mulheres desacompanhadas, de preferência loiras, em estacionamentos ou em momentos de distração, para fazer compras em shoppings de alto padrão com os cartões roubados. Enquanto a moça realizava as compras, o rapaz circulava pela cidade com a vítima, em seu veículo.
Presa na última sexta-feira (09) em Curitiba (PR) com o apoio da polícia do Paraná, C.G.V., de 25 anos, era uma das Bonnies do grupo. Ela morava na capital paranaense com a filha, de 2 anos, e o marido, que não desconfiava de suas atuações em São Paulo. Sob o pretexto de visitar a família, encontrava-se com outras cinco mulheres (sendo quatro delas loiras e uma morena) e um homem que compunham a quadrilha, todos já identificados e procurados pela polícia.
De classe média ou alta, algumas das integrantes têm domínio em outros idiomas e já moraram em outros países. Além disso, eram organizados. Atuavam em duplas, sempre com W.O.G., de 36 anos, ao lado de uma das moças. Em alguns casos, uma segunda moça com a qual a vítima não teve contato, ficava responsável por usar o cartão bancário nas lojas.
“O grupo praticava o crime duas ou três vezes por dia. W.O.G. era acompanhado de uma determinada mulher pela manhã e trocava de tarde. Era feito um revezamento entre as moças para tentar esconder a ação deles”, explicou o delegado Alberto Pereira Matheus Júnior, titular da 3ª Delegacia Antissequestro da capital.
Segundo o delegado, a quadrilha atuava, no mínimo, desde 2008, realizando assaltos a apartamentos. A partir de 2009, o grupo passou a praticar sequestros relâmpagos, sempre tomando certos cuidados para atrapalhar as investigações. “Encontramos diversas dificuldades para identificar o grupo. Em um primeiro momento, acreditávamos que era um casal, mas as características da criminosa não coincidiam. Em depoimentos das vítimas, uma tinha tatuagem, mas a outra não tinha, por exemplo. Foi então que a polícia começou a entender que poderiam ser vários grupos, ou um grupo coeso”, afirmou o delegado.

Sempre armadas, as moças chegavam a agredir as mulheres sequestradas, com puxões de cabelo ou coronhadas. Ao todo, mais de 50 boletins de ocorrência são de casos creditados ao grupo.
Após mais de dois meses trabalhando com a hipótese de ser uma quadrilha especializada, os policiais identificaram todos os integrantes da quadrilha e prenderam C.G.V.
A história do casal Bonnie e Clyde original acaba de forma trágica. Após muitos roubos a bancos e assassinatos, eles são encurralados pela polícia norte-americana e morrem fuzilados. Nas telonas, a cena protagonizada por Warrem Beatty e Faye Dunaway (nos papéis da dupla) está entre as mais famosas. O final dos Bonnie e Clyde brasileiros não será tão violento, mas C.G.V., W.O.G. e suas loiras certamente não escaparão impunes.

domingo, 11 de março de 2012

Governador entrega 71 viaturas para o Corpo de Bombeiros


Por Guilherme Uchoa

Durante a realização da cerimônia de entrega de novas viaturas ao Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, realizada na manhã desta sexta-feira (9), na praça da Sé, um garoto humilde chamou a atenção dos que estavam por ali. Circulando entre os engravatados e fardados, ele saudava a todos como se fora um oficial do exército. Não queria esmolas, mas apenas ajudar de alguma forma no evento. Carregava objetos e acompanhava atentamente a demonstração de salvamento feita pelos bombeiros. Não incomodou ninguém nem foi mandado se retirar. Mas chamou a atenção deste repórter pela paixão com que se conduzia. Não é difícil entender o amor da sociedade pela instituição. Quem nunca disse quando criança querer ser bombeiro, quando crescer?

Durante os discursos, a atenção da platéia se voltou para o palco. E o início das falas tocou justamente nesse assunto. “São 132 anos de uma instituição que é justo orgulho para os paulistas”, disse o Governador Geraldo Alckmin.

O reforço conferido ao Corpo de Bombeiros foi de peso: são 71 novas viaturas, sendo 10 caminhões autotanques, 18 autocomandos de área, 20 unidades de resgate (incluindo quatro unidades de resgate e salvamentos aquáticos), cinco cavalos mecânicos e reboque, 13 microônibus e seis autobombas, das quais cinco servem para combate a incêndio em matas e florestas. Essas viaturas serão distribuídas entre capital, cidades da Grande São Paulo, litoral e interior. O investimento foi de R$ 10,5 milhões.

Foi um baita presente para a corporação e para a sociedade paulista numa data especial, pois o 9 de março é o dia do bombeiro em São Paulo e data do 132º aniversário do Corpo de Bombeiros.

O Governador exaltou as qualidades da corporação e dos novos equipamentos adquiridos. “São viaturas das mais modernas para atender a nossa população com rapidez, competência e segurança. O Corpo de Bombeiros é uma instituição em que o povo confia, que une coragem, tecnologia e profissionalismo em seu trabalho”, afirmou.

Opinião semelhante compartilha o secretário da segurança pública Antônio Ferreira Pinto. “Se há uma instituição governamental que goza de prestigio e admiração da população é o Corpo de Bombeiros. Seus integrantes são heróis do salvamento e seu aparelhamento adequado é uma preocupação constante do Governo do Estado, que nunca para de investir nessa área. É muito importante equipar melhor o bombeiro, dando mais condições de trabalho, para que se possa prestar um serviço de melhor qualidade para a população”, destacou.

O efetivo total da corporação é de 9.327 bombeiros. Ao todo, a instituição conta com 2.370 veículos, entre operacionais e administrativos.

Esses veículos são fundamentais no auxilio a resgates e combate a incêndios. “Não se consegue fazer um bom trabalho sem equipamentos, proteção ideal ou viaturas. Essas viaturas chegam para agregar valor ao serviço do Corpo de Bombeiros”, disse o comandante geral da Polícia Militar, coronel Álvaro Camilo. “O resgate em São Paulo é um serviço de primeiro mundo”, concluiu.

Alem da entrega das novas unidades, Geraldo Alckmin fez a entrega da medalha “Centenária do Corpo de Bombeiros” a civis e militares que contribuíram ou prestaram serviços relevantes para o Corpo de Bombeiros.


Distribuição das viaturas

As viaturas foram distribuídas para as cidades de Agudos, Aparecida, Araçatuba (2), Atibaia, Bariri, Barueri, Bauru (4), Botucatu, Campinas (2), Caraguatatuba (2), Cordeirópolis, Cubatão, Embu (2), Guararema, Guarujá (4), Guarulhos, Itai, Itatinga, Jundiaí (3), Lins, Marília (2), Mogi das Cruzes (2), Olímpia, Pindamonhangaba, Piracicaba (2), Poá (2), Praia Grande, Presidente Prudente (2), Promissão, Ribeirão Preto (3), Santana de Parnaíba, Santo André, Santos (4), São Bernardo do Campo, São José do Rio Preto (2), São José dos Campos (2), São Paulo (5), São Vicente, Sorocaba (2), Teodoro Sampaio, Ubatuba e Votorantim.