quinta-feira, 31 de maio de 2012

Pela primeira vez, Brasil de Mano vence e convence

Neymar comanda celebração do primeiro gol
Quando finalmente juntou em campo a nova geração de jogadores brasileiros, o técnico Mano Menezes obteve sucesso em seu objetivo – que ficou claro desde que assumiu o comando - de dar uma nova cara a seleção. Pelo menos foi esta a impressão que ficou após a goleada brasileira por 4 x 1 sobre os Estados Unidos, na noite de ontem (30), no FedEx Field, em Washington, Estados Unidos.

O receio de que o primeiro amistoso da série de jogos marcados pela CBF, contra a Dinamarca, no sábado passado (26), e vencido por 3 x 1, tenha sido apenas um lampejo de bom futebol não se confirmou na partida de ontem. Com oito jogadores sub-23 entre os titulares, a seleção verde-e-amarela deu provas de que tem condições de brigar pela sonhada medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres – única grande conquista que o país ainda não possuí no futebol.

É verdade que a tão esperada renovação canarinha começou com considerável atraso, mas, a dois meses da estréia nos Jogos Olímpicos, no dia 26 de julho ante Egito, o Brasil finalmente conseguiu realizar duas partidas seguidas com boa atuação e, principalmente, com equipe formada pelos nomes que estarão presentes em Londres. Dos 11 jogadores que começaram a partida, apenas Hulk, Marcelo e Thiago Silva estão acima da idade olímpica.

Neymar e Oscar comandam goleada

A partida contra os Estados Unidos começou com as mesmas características vistas no jogo anterior, contra Dinamarca: pressão na saída de bola e desarmes no campo de ataque. Foi assim que o Brasil começou melhor que o adversário norte americano.

Aos 11 minutos do primeiro tempo, Neymar (que ao lado do goleiro Rafael foram as alterações realizadas por Mano em relação ao último jogo) abriu o placar em cobrança de pênalti, após suposto toque de mão do zagueiro Onyewu em chute de Leandro Damião.

A pressão brasileira continuou com empenho dos atacantes em recuperar a bola ainda no campo de defesa norte americano e com Oscar municiando o ataque com bons passes e jogadas. Esse sufoco resultou no segundo gol. Aos 26 minutos, em cobrança de escanteio, Neymar cruzou para o capitão Thiago Silva escorar para o fundo da rede.

A partir do segundo tento, o Brasil diminuiu a pressão e deixou que os Estados Unidos criassem mais jogadas. A punição veio aos 44 minutos. Johnson recebeu ótimo passe em profundidade pela esquerda e já na linha de fundo cruzou para Gomez empurrar. 2 x 1 no placar da FedEx Field no intervalo.

O segundo tempo começou melhor que o primeiro, com as duas equipes criando oportunidades de gol. Mas foi o Brasil que mais uma vez marcou. Em lance similar ao marcado por Gomez, Neymar foi a linha de fundo pelo lado esquerdo do campo e rolou rasteiro para Marcelo, de carrinho, bater pro gol.

A boa vantagem no placar só foi possível graças a ótima atuação de Rafael. O goleiro santista que estreou com a camisa brasileira fez ao menos três intervenções cruciais em lances de perigo dos norte americanos. Com o sistema defensivo apresentando algumas falhas, especialmente nas jogadas aéreas, o arqueiro espalmou cabeçada de Bradley, que se livrou com facilidade da marcação brazuca, e contou com a sorte ao ver outra cabeçada de Bradley explodir no travessão.

Com presença mais freqüente dos Estados Unidos no ataque, o Brasil usou o contra ataque para dar números finais na partida. Aos 41 minutos, Marcelo fez belo lançamento para Alexandre Pato (que voltou bem de contusão) matar no peito e fuzilar as balizas de Howard.

Agora os comandados de Mano Menezes se preparam para o duelo contra o México, no próximo domingo (3), às 16 horas, em Dallas (EUA), com expectativa de que o brilho apresentado contra Dinamarca e Estados Unidos continue e traga de volta o ‘futebol arte’ pelo qual somos conhecidos mundo afora.

Confira as notas dos jogadores da seleção brasileira:

Pato mostrou estar recuperado com boa atuação
Rafael Cabral 8 – Atuação segura. Não teve culpa no gol e fez três defesas difíceis.
Danilo 5,5 – Desempenho regular. Gol norte americano surgiu em passe nas suas costas.
Thiago Silva 7,0 – Marcou de cabeça, mas apresentou falhas em jogadas aéreas.
Juan 6,0 – Desempenho discreto. Assim como Thiago Silva, falhou em bolas aéreas.
Marcelo 7,5 – Muito acionado, marcou um e fez lançamento para outro gol.
(Alex Sandro) S/N – Entrou no fim. Mal tocou na bola.
Sandro 6,0 – Auxiliou na pressão brasileira no primeiro tempo. Não comprometeu
Rômulo 6,5 – Formou boa dupla com Sandro, além de evitar gol certo do adversário.
Oscar 8 – Foi o principal articulador de jogadas do Brasil. Fez jus a camisa 10.
(Giuliano) S/N – Entrou no fim.
Neymar 8,5 – Muito caçado em campo. Fez um e participou de outros dois gols.
(Lucas) S/N – Mal tocou na bola.
Hulk 6,0 – Não foi tão bem quanto contra a Dinamarca. Mesmo assim, participou bastante.
(Casemiro) S/N – Idem Alex Sandro.
Leandro Damião 6,5 – Participou bastante no 1º tempo, mas perdeu boa chance de gol.
(Alexandre Pato) 7,5 – Em poucos minutos de jogo teve duas boas chances, fazendo um.


Guilherme Uchoa

Fotos: Agência Reuters e Divulgação/Nike
Vídeo: Rede Globo

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Magnano convoca seleção com todas as estrelas da NBA

Por Guilherme Uchoa

O técnico da seleção brasileira masculina de basquete, o argentino Rúben Magnano, convocou na manhã desta quinta-feira (17), 13 atletas que ficarão encarregados de representar o país no retorno da seleção verde amarela ao basquete dos Jogos Olímpicos. Após três edições dos Olimpiadas sem conquistar vaga, os comandados de Magnano carimbaram passaporte rumo a Londres com o segundo lugar obtido no pré-olímpico das Américas, disputado em 2011.

O mistério da convocação ou não de Leandrinho Barbosa e Nenê Hilário (jogadores de Indiana Pacers e Washington Wizards, respectivamente), que pediram dispensa a época do pré-olímpico e causaram insatisfação de Magnano, foi desvendado logo no início da entrevista coletiva concedida pelo técnico. A dupla, ao lado de Tiago Splitter (San Antonio Spurs) e Anderson Varejão (Cleveland Cavaliers), irá compor o quarteto de brasileiros que atua na NBA e que estarão presentes em Londres.

Segundo Rúben Magnano, a decisão de convocar Leandrinho e Nenê veio após conversa particular com a dupla. Porém, ele não revelou o que foi conversado. “O bate- papo que tive com eles fez com que desse outra chance. Só eles sabem o teor da conversa, são coisas pessoais”, afirmou o argentino.

Outro nome que esta na lista é Larry Taylor. O norte americano naturalizado brasileiro deveria ter participado do pré-olímpico de Mar Del Plata (Argentina) no ano passado, mas a demora na viabilização de sua naturalização impediu que fosse inscrito no torneio.

Para Magnano, Taylor - que joga no Bauru - e os outros nomes convocados não são definitivos, podendo ocorrer cortes e substituições. “Não sei se ele vai ficar [no grupo], mas vai ajudar muito no crescimento e preparação do país”, afirmou o técnico. “Larry me mostrou que vai jogar muito pela seleção”, finalizou.

O único corte que certamente acontecerá é de Rafael Hettsheimer, do CAI Zaragoza, da Espanha. O pivô que ganhou destaque por suas boas atuações no torneio de Mar Del Plata (média de 9,2 pontos e 4,1 rebotes por partida) passara por cirurgia no joelho esquerdo, com previsão de recuperação de pelo menos dois meses.

Além da convocação, foi anunciada a extensão do contrato de Ruben Magnano até 2016, quando será disputado os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. A Confederação Brasileira de Basquete (CBB) também aproveitou o evento para divulgar o cronograma de torneios preparatórios que o Brasil participara.

Nos dias 26, 27 e 28 de junho, torneio Eletrobrás em São Carlos, que contara com Grécia, Nova Zelândia e Nigéria. Nos dias 5, 6 e 7 de julho, a seleção joga contra Argentina, México e uma terceira seleção ainda indefinida, em Buenos Aires. Os mesmo adversários serão repetidos nos dias 11 e 12 de julho, desta vez em Foz do Iguaçu. No dia 16, o Brasil fará amistoso contra Estados Unidos, em Washignton e nos dias 21 e 22 de julho joga triangular em Estrasburgo (FRA) com França e Austrália.

A partir daí, a seleção prepara as malas para pousar em solos britânicos, onde busca resgatar um pouco do prestígio e reconhecimento internacional perdido durante os longos 16 anos em que não participou das Olimpíadas.

Lista

Armadores:

Marcelinho Huertas (Barcelona- ESP)
Larry Taylor (Bauru)
Raulzinho (Lagun Aro BGC – ESP)

Alas:

Leandrinho Barbosa (Indiana Pacers – EUA)
Marcelinho Machado (Flamengo)
Marquinhos Vinícius (Pinheiros)
Alex Garcia (Brasília)

Ala-Pivô:

Guilherme Giovannoni (Brasília)
Anderson Varejão (Cleveland Cavaliers -EUA)

Pivô:

Tiago Splitter (San Antonio Spurs –EUA)
Rafael Hettsheimeir (CAI Zaragoza – ESP)
Nenê Hilário (Washington Wizards –EUA)
Caio Torres (Flamengo)

Atrasos na apresentação

Agora, a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) devera se esforçar para que os compromissos dos jogadores por seus clubes não interfira na preparação do grupo. Tanto Tiago Splitter quanto Leandrinho Barbosa ainda estão na briga pelo título da NBA. Splitter e o San Antonio Spurs estão enfrentando os Los Angeles Clippers por uma vaga na final da conferencia Oeste. Já Barbosa, que atua no Indiana Pacers, disputa serie melhor de sete jogos contra o Miami Heat, do lado Leste.

Em caso de classificação, as finais de conferencia têm inicio prevista para 10 de junho, mesma data da apresentação dos convocados em São Paulo. Caso os confrontos sejam estendidos a sete partidas, a dupla jogará ate o dia 26 de junho, perdendo assim um dos torneios amistosos já marcados pela CBB.

O armador Marlecinho Huertas passa por situação semelhante. Seu clube, Barcelona, é favorito ao título da liga espanhola, que só termina em 16 de junho.

Fotos: Divulgação/CBB, Agencia Bom Dia e AP

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Santos e Flu colocam as duas mãos na taça

Guilherme Uchoa

O final de semana de decisões dos campeonatos estaduais pelo Brasil afora praticamente confirmou os campeões nos dois principais centros do futebol nacional. Tanto Santos quanto Fluminense só não levantarão as taças em São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente, caso um milagre aconteça.

O time da baixada santista, jogando com seu uniforme azul, enfrentou um corajoso time do Guarani, de Campinas, mas não teve dificuldade para confirmar seu favoritismo e registrar três gols a seu favor, contra nenhum assinalado pelo lado dos campineiros.

Mais uma vez, os destaques santistas ficaram por conta de sua dupla Neymar e Ganso. O atacante até teve uma atuação “normal” para seus padrões. No primeiro tempo não levou tanto perigo para a defesa adversária, mas, ainda assim, participou do primeiro tento do peixe. Na etapa final, mostrou seu faro artilheiro, fez um gol de oportunismo, escorando bola que sobrou depois da tentativa de Ganso de driblar o goleiro Emerson, e outro de habilidade - driblando o xerifão bugrino Domingos e tocando para o fundo das redes.

De quebra a estrela, de apenas 20 anos, chegou aos 104 gols com a camisa do Santos e igualou João Paulo e Serginho Chulapa – astros da equipe nas décadas de 70 e 80 – na artilharia santista pós-Pelé. No geral, Neymar é o 18º maior goleador do Peixe.

Já Paulo Henrique Ganso teve mais uma atuação digna do pesadíssimo número 10 que carrega as costas. O meia fez jus a sua comemoração do primeiro gol, regendo seu esquadrão como um verdadeiro maestro. Além de tirar o zero do placar aos 42 minutos do primeiro tempo com um belo chute, e participar do segundo gol, PH Ganso foi a principal fonte criativa do meio de campo. De acordo com números da Footstats, foram 50 passes certos em toda a partida, sendo muitos desses passes longos e, portanto, mais difíceis de realizar.

O Guarani chegou a levar algum perigo a defesa santista, contanto com bola na trave, mas sentiu falta dos contundidos Fumagalli e Oziel, do capitão Weillington Monteiro, além de perder o zagueiro titular Neto ainda no primeiro tempo, por contusão muscular.

Apesar da derrota, fica aos torcedores bugrinos a satisfação de realizar um destacável campeonato paulista. Os comandados de Vadão encerrarão sua participação no certame, no próximo domingo, com um aproveitamento de 10 vitórias em 11 jogos realizados em sua casa, no estádio Brinco de Ouro da Princesa. Na fase inicial ganhou oito jogos e perdeu apenas para o próprio Santos. Nas quartas de final, vitória sobre o Palmeiras por 3 a 2 e nas semi finais, triunfo no derby, contra Ponte Preta, por 3 a 1.


Rio de Janeiro

Em solos cariocas, O Fluminense levou um gol do Botafogo logo no início da peleja, aos oito minutos, com Renato. Mesmo assim, o tricolor não se intimidou e abusou de todo seu poderio ofensivo para virar e golear.

Provando ter um dos melhores elencos do país, o Flu empatou com um golaço de Fred, de bicicleta, virou e ampliou com Rafael Sobis, nem sempre titular, mas ótima opção de Abel Braga, e fechou a conta com o jovem Marcos Junior, 18 anos. Deco e Thiago Neves também estavam em tarde inspirada no Engenhão e foram fundamentais para derrubar a invencibilidade alvinegra que já durava 23 partidas.

O resultado foi conquistado em parte pelo recuo excessivo do Botafogo após abrir o marcador e em parte pela intensificação da marcação do Fluminense, impedindo que Fellype Gabriel, Maicosuel e Elkeson criassem boas oportunidades para que Loco Abreu finalizasse a meta de Diego Cavalieri.

Agora o Botafogo esta na mesma situação de Guarani: precisa ganhar por quatro gols de diferença para levantar o caneco, ou por três gols para levar a disputa para os pênaltis.

No futebol já vimos diversos casos de viradas antológicas, partidas ou títulos praticamente perdidas, mas que tiveram o cenário revertido. Tanto Santos quanto Fluminense protagonizaram essa situação na semifinal do campeonato brasileiro de 1995. O tricolor carioca de Renato Gaucho venceu o jogo de ida, no Rio, por 4 a 1. No jogo de volta, o Santos de Giovanni e Camanducaia fez o improvável, ganhando por 5 a 2 e garantindo vaga na final do torneio.

Portanto, os dois clubes devem voltar a campo no próximo domingo - dia das mães - com foco total na partida para evitar que as taças, tão próximas da Vila Belmiro e das Laranjeiras, não se percam no caminho e tomem rumos diferentes.

Demais estados

Se em São Paulo e Rio de Janeiro as faturas estão praticamente liquidadas, não se pode dizer o mesmo dos demais estados.

Exceção a Santa Catarina, onde o Avaí abriu confortável vantagem de três gols sobre o rival Figueirense, e Rio Grande do Norte, no qual o América sagrou-se campeão na vitória por 2 a 0 sobre ABC; Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia, Ceará, Paraná, Goiás e Pernambuco ainda vivem a expectativa de definir seu vitorioso.

América e Atlético ficaram no 1 a 1em Belo Horizonte, sendo que o segundo tem vantagem de empate na semana que vem. Em Caxias do Sul, o time local também empatou em 1 a 1 com o Internacional, que leva a vantagem do empate para o jogo de volta, em Porto Alegre. Na Bahia, o clássico Ba-Vi acabou em branco. O tricolor de Paulo Roberto Falcão jogará em casa a partida derradeira.

Pernambuco e Ceará também assistiram a clássicos sem gols. Sport leva vantagem para o segundo jogo contra o Santa Cruz e Fortaleza e Ceará realizam nova partida no estádio Presidente Vargas.

No paranaense, 2 a 2 entre Atlético e Coritiba. O time que vencer no Couto Pereira será campeão. Em caso de novo empate, decisão por pênaltis. O mesmo placar foi repetido em Goiás, no Serra Dourada. Goiás leva tem a possibilidade de empate sobre o Atlético para ser campeão no próximo domingo.

Na Paraíba, Sousa e Campinense fazem a final a partir de quarta-feira. No Distrito Federal, Ceilândia e Luziânia fazem a decisão. São Domingos e Confiança confirmaram presença na final sergipana, e no Pará, Cametá e Remo jogam hoje, no Mangueirão.


Fotos: Marcos Ribolli/ Globoesportes.com e Sérgio Moraes/Reuters