domingo, 29 de janeiro de 2012

PM apreende R$ 80 mil em drogas que iriam à Cracolândia

Por Guilherme Uchoa

A Polícia Militar deu mais um duro golpe no tráfico de drogas praticado na Cracolândia, no Centro da capital. Uma patrulha do regimento da Cavalaria ‘9 de Julho’ desmantelou uma refinaria de drogas na favela do Moinho, vizinha à região da Nova Luz, nesta terça-feira (24). As drogas apreendidas valeriam aproximadamente R$ 80 mil, de acordo com a polícia.

“No barraco, para nossa surpresa, vimos um laboratório com drogas já embrulhadas para venda e várias munições de diversos calibres”, afirmou o sargento Manuel Clodoaldo de Figueiredo, ao descrever a cena que ele e sua patrulha presenciaram ao entrarem em um barraco no Moinho.

Tudo começou na sexta-feira passada (20), quando os policiais da Cavalaria estiveram na favela. Os PMs perceberam uma atitude estranha por parte de alguns moradores do local, e voltaram na última terça-feira. Ao perceber a chegada da Cavalaria, um homem fugiu a pé de seu barraco.

Dentro deste barraco foram encontradas quase 2 mil pedras de crack, um tijolo e três sacos de cocaína, alguns tubos de lança-perfume e algumas porções de crack ainda não embaladas. Além disso, foram apreendidas munições para diversos tipos de armas, balanças de precisão, liquidificadores e até uma máscara para realizar assaltos.
O sargento afirmou que as drogas apreendidas valeriam aproximadamente R$ 80 mil, e seriam fornecidas aos usuários da região da Cracolândia – onde a nova fase da Ação Integrada Centro Legal, iniciada no dia 3 de janeiro, busca quebrar a logística do tráfico. “[Essa apreensão] tira o alicerce deles, tira a base que eles têm para abastecer o local de drogas”, resumiu Figueiredo.
O sargento da Cavalaria ainda destacou a atuação de sua patrulha. “Pegamos essa droga sem disparar um único tiro, visto que há muitas crianças que moram no local. Um descuido dos traficantes nos deu essa felicidade de tirar toda essa droga deles”, disse Figueiredo, sabendo que, agora, esses traficantes dispõem de menos dinheiro para alimentar o vício de muitas pessoas.

sábado, 28 de janeiro de 2012

SPTC compra aparelho para ampliar o número de análises

por Guilherme Uchoa e Adriano Moneta

Demorou mais de dois meses para que a polícia soubesse a causa da morte do lutador Ryan Gracie, que aconteceu em 15 de dezembro de 2007. O laudo ficou pronto em fevereiro do ano seguinte e apontou para uma mistura indevida de medicamentos, aliada ao consumo de droga.


O médico de Ryan acabou indiciado por homicídio culposo. Da morte do lutador à conclusão do inquérito, foi um processo longo que poderia ter sido abreviado caso São Paulo tivesse um equipamento especial para a identificação de substâncias. Hoje, o problema acabou.


O Núcleo de Toxicologia Forense do Instituto Médico Legal do Estado de São Paulo adquiriu neste mês o Randox Evidence Biochip Away Technology. Esse aparelho é o primeiro a ser instalado no Brasil e um dos 40 em funcionamento no mundo.

Pela técnica que utiliza e a comprovada eficiência, o Randox poderia ter sido usado com sucesso em casos recentes famosos, como os de Michael Jackson ou Amy Winehouse, em que substâncias externas causaram as mortes.

O aparelho irlandês é um equipamento que detecta as quantidades exatas de substâncias presentes no sangue ou na urina de uma vítima, no menor tempo possível. Hoje, em São Paulo, é possível realizar 50 análises em cinco horas e meia. Com o Randox, serão 330 no mesmo período, ou, uma por minuto.

Basicamente, ele é usado para realizar análises simultâneas da mesma amostra de urina ou de sangue, identificando a presença de até 14 grupos distintos de drogas. Alem disso, tanto o sangue quanto a urina podem ser usados “in natura”, ou, exatamente da forma como foram extraídos, sem a necessidade de qualquer outro procedimento como a diluição ou a mistura com reagente.

“O aparelho é excelente para determinar casos de overdose em usuários de drogas, detectar o uso de drogas por motoristas em acidentes de trânsito e para casos em que os peritos não tenham idéia do que pode estar dentro de uma amostra de sangue ou urina. Outro benefício é que a máquina trabalha com uma quantidade menor de amostra”, explica o perito criminal do IML, Júlio de Carvalho Bonce. “Esse aparelho é de triagem, ou seja, ele afunila o leque de possibilidades e ajuda a determinar os nossos próximos passos”, completa.

O Randox ainda não está sendo usado. Por enquanto, os peritos criminais estão passando por treinamentos ministrados por técnicos da Irlanda do Norte (sede da empresa Randox) e da sede brasileira da empresa. A previsão é de que, a partir de fevereiro, o aparelho passe a ser usado em casos cotidianos.

De acordo com Celso Perioli, superintendente da Polícia Técnico-Científica de São Paulo, o investimento feito – de 580 mil reais anuais, que inclui toda a assistência técnica necessária, além dos reagentes usados para análises – será recompensado.

“Esse equipamento representa um aperfeiçoamento nas técnicas de trabalho. Ele é um dos mais modernos do mundo. Com ele, temos resultados mais confiáveis e passamos para outro patamar de tecnologia, superior ao que já tínhamos”, ressaltou Perioli.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Polícia Civil encontra desaparecido na região da Nova Luz

Por Guilherme Uchoa

Na manhã de terça-feira (17), por volta das 11h20, o jovem Daniel do Carmo Vieira, de 26 anos, que estava desaparecido desde outubro de 2011, foi encontrado pelo Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em São Paulo, na região da Nova Luz. A Polícia Civil realizava uma operação para identificar possíveis desaparecidos entre os usuários de crack na região.

Há oito anos, a mãe do rapaz, Ivonete do Carmo, de 41 anos, sofre com o vício de Daniel. Ela conta que, com 18 anos, ele começou a usar maconha e cocaína, mas a dependência foi aumentando e o jovem passou a usar crack e até oxi. Desnorteado pelo vício, Daniel costumava sair para frequentar a Cracolândia. Desde o ano passado, ele começou a fugir de casa.

“Na primeira vez, ficou cinco meses fora, saiu em março e em outubro ligou para a namorada sem saber nem que dia era. Ele perdeu a noção do tempo e levou um susto quando ela disse que estávamos em outubro”, conta Ivonete.

Daniel voltou, mas não ficou muito tempo em casa. Depois de aparentemente estar se recuperando, sentiu falta da substância e fugiu pela segunda vez.

“Ele ficou menos de um mês e teve uma recaída. Dessa vez, vendeu botijão de gás, mantimentos, janelas, vendeu tudo que tínhamos em casa e sumiu. Ficou quatro meses na rua, até o DHPP encontrá-lo”, disse a mãe.

O Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa encontrou o jovem na manhã de terça-feira (17) na praça Princesa Isabel, em Campos Elíseos. Após identificá-lo como desaparecido, o DHPP entrou em contato com vizinhos e com a ex-namorada do rapaz para que a família fosse buscá-lo.

O Portal da SSP falou com Daniel, por telefone. Ele disse que várias vezes tentou voltar para casa mas optava por continuar na rua graças ao estímulo de outras pessoas. “Na rua, eu pegava latinhas e fazia amizade com funcionários de restaurantes para poder comer. Algumas vezes, eu parava de sentir vontade de usar crack e pensava em voltar para casa, mas então alguém passava na rua e me dava 20, 30 ou 50 reais e, assim, eu ficava mais tempo”, explicou.

Para Ivonete, a atuação do DHPP foi fundamental para encontrar seu filho. “Eu não conhecia o trabalho que esses policiais realizavam. Amigos disseram para eu registrar o desaparecimento do Daniel lá na Delegacia de Desaparecidos. Muitas vezes criticamos a polícia mas quando conversei com os delegados percebi que se trata de um trabalho minucioso para encontrar as pessoas”, elogiou.

A importância desse trabalho não é de hoje. “É tradição desta delegacia, que já encontrou desaparecidos de outros estados, inclusive do Piauí, na Cracolândia. É um trabalho de ‘formiguinha’, dado o volume de atuação e pessoas naquela região. Estamos contribuindo com a sociedade”, disse o delegado Jorge Carlos Carrasco, diretor do DHPP.

Ele aproveitou a entrevista com o Portal da SSP para dar orientações importantes a quem acredita que uma pessoa esteja sumida. “É preciso procurar a polícia o mais rápido possível para noticiar o fato. Quando alguém registra um boletim de ocorrência, conseguimos logo a foto do desaparecido”, explicou.

Só a partir desse procedimento e do trabalho realizado pelo DHPP é que outras famílias poderão sentir a mesma emoção de Ivonete ao reaver seu ente querido.

“Foi muito bom! A gente se encontrou, se abraçou e chorou muito! O Daniel não parava de perguntar como eu e a irmã estávamos e ainda conheceu o sobrinho, que nasceu enquanto estava fora”, disse Ivonete, desta vez, com o rapaz ao seu lado.

Matéria produzida para o site da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. www.ssp.sp.gov.br