quarta-feira, 7 de julho de 2010

História das Copas (texto produzido em junho/2010)

Desde que foi disputada a primeira Copa do Mundo, em 1930, idealizado pelo jornalista francês Jules Rimet, o torneio passou de uma simples competição internacional para um dos eventos esportivos mais importantes e aguardados por todos os amantes do futebol. Dentro desses 80 anos de torneio, diversas seleções ficaram marcadas por seus títulos e pela forma como revolucionaram o futebol.

A primeira Copa do Mundo foi disputada no Uruguai, tinha apenas 13 seleções participantes, das quais apenas quatro eram européias, visto que a maioria das seleções da Europa decidiram não participar em função de uma grave crise econômica. Esta copa teve o próprio Uruguai, bicampeão olímpico, como grande vitorioso. Quatro anos depois, em 1934, 32 seleções tiveram que participar de partidas eliminatórias para que então 16 equipes tivessem o direito de disputar o torneio. O Uruguai recusou-se a participar em represaria as seleções européias que não participaram da edição anterior. Mais uma vez o país sede da competição, a Itália desta vez, sairia campeão. A hegemonia italiana foi comprovada na edição seguinte do torneio realizado na França, quando a azurra derrotou a Hungria na final.


Porém, em função da Segunda Guerra Mundial, a Copa do Mundo não foi realizada durante 12 anos, só retornando em 1950 em solos brasileiros. Esta Copa entrou para a história do país de forma negativa pois o Brasil, após eliminar todos os adversários e chegar à final como favorita ao título, foi derrotado pelo Uruguai, de virada, em pleno estádio do Maracanã. Este episódio entrou para a história como o Maracanazo e até hoje é lembrado como um dos momentos mais tristes do futebol brasileiro. Diversos jogadores como o goleiro brasileiro Barbosa e o atacante Ghiggia, autor do segundo gol uruguaio, ficaram marcados como vilões desta derrota inesperada e o Brasil só viria a superar essa derrota oito anos depois quando ganharia sua primeira copa do mundo.

Antes disse, em 1954 na Suíça, a Alemanha conquistou o título derrotando a Hungria na decisão.

Então, em 1958 na Suécia, o Brasil finalmente conquistou seu primeiro título mundial. Contando com jogadores históricos como Djalma Santos, Zito. Nilton Santos, Didi e a incrível dupla Garrinha e Pelé, o Brasil passou por todos os seus adversários até derrotar a anfitriã por 5 a 2 na grande decisão. Nesta partida a seleção canarinho entrou em campo com: Gilmar, Djalma Santos, Bellini, Orlando, Nilton Santos, Zito, Didi, Garrincha, Vavá, Pelé e Zagallo. O técnico era Vicente Feola.

Quatro anos após a seleção voltaria a ganhar a copa do mundo, desta vez no Chile contra a Tchecoslováquia. Na final, em campo, a seleção contava com a base da equipe que conquistara o primeiro título: Gilmar, Djalma Santos, Mauro, Zózimo, Nilton Santos, Zito, Didi, Garrincha, Vavá, Amarildo (que substituiu o contundido Pelé) e Zagallo. Desta vez o técnico era Aymoré Moreira.

Em 1966 a Inglaterra, jogando em casa, foi a vitoriosa deixando a Alemanha Ocidental com o segundo lugar. Em 70 no México, uma seleção brasileira renovada foi a encarregada de conquistar o tricampeonato e com isso obter a posse definitiva da taça Jules Rimet. A seleção fez uma campanha perfeita, ganhando todas as partidas as quais disputou inclusive goleando a Itália na final por 4 a 1. Em campo nesta partida tínhamos Félix, Carlos Alberto, Brito, Piazza, Everaldo, Clodoaldo, Gérson, Rivellino, Jairzinho, Tostão e Pelé, comandados por Zagallo.

Após esta edição do torneio, o Brasil ficou um longo período sem o título. Foram 24 anos nas quais a Alemanha (1974 e 1990), Argentina (1978 e 1986) e Itália (1982) foram campeãs. Destas edições do torneio grandes equipes ficaram marcadas pelo futebol apresentado, mesmo que não tenham conquistado o título. É o caso da seleção holandesa de 1974, conhecida como laranja mecânica, que, comandada por Cruyff, deixava seus adversários perdidos em campo. Esta seleção foi uma das responsáveis pela precoce eliminação do Brasil na competição derrotando-a por 2 a 0. Outra seleção que ficou marcada na historia das copas, apesar de não conquistar o troféu, foi a própria seleção brasileira de 1982. Este time é até hoje lembrado como uma das seleções que jogava o futebol mais bonito. Comandada por estrelas como Zico, Falcão e Sócrates, o Brasil enchia os olhos de todos que a assistiam. Porém esse futebol envolvente não foi capaz de vencer a eficiência da Itália de Paolo Rossi, autor dos três gols na derrota canarinha por 3 a 2, causando a eliminação brasileira.

O jejum finalmente terminou e 1994 nos Estados Unidos quando a dupla Romário-Bebeto se encarregaram de levar a equipe até a decisão (Dos 11 gols marcados durante toda a competição, oito foram da dupla). O título, porém, só viria na disputa por pênaltis. Após o jogo terminar empatado em 0 a 0, as duas seleções foram para as cobranças de penalidades e Roberto Baggio, principal nome italiano, bateu sua cobrança por cima da meta, dando o tetra para o Brasil. Este campeonato foi conquistado com Taffarel, Jorginho, Aldair, Márcio Santos, Branco, Dunga, Mauro Silva, Mazinho, Zinho, Bebeto e Romário em campo. Eram comandados por Carlos Alberto Parreira.

Em 1998, na França, o Brasil chegou mais uma vez até a final da competição. Porém desta vez as lembranças não são tão boas quanto às de 94. Com Zagallo retornando ao comando da equipe e com Taffarel, Cafu, Roberto Carlos, Dunga, Rivaldo, Bebeto e Ronaldo em campo, o Brasil foi avançando de fases até chegar a decisão contra a França de Zinedine Zidane. Entretanto, antes da partida decisiva, um episódio incomum ocorreu dentro do hotel brasileiro. Horas antes da partida, Ronaldo sofreu uma convulsão e foi levado as pressas para o hospital. Mesmo assim o jogador foi escalado por Zagallo alegando que os exames realizados no hospital não tinham constatado nada de anormal e que, portanto, Ronaldo estaria com plenas condições de jogo. Porém não foi isso que foi visto em campo. Ronaldo estava muito longe de desempenhar o seu melhor futebol e causava uma grande preocupação em seus companheiros de equipe. Isto ficou muito claro quando, em um determinado momento da partida, Ronaldo chocou-se violentamente com o goleiro francês Barthez. Após este choque vários jogadores correram desesperadamente até o atacante brasileiro que estava no chão, temendo que algo pior pudesse acontecer ao atleta.

Este episódio envolvendo Ronaldo e a bela atuação de Zidane (autor de dois gols na final) são apontados como fatores determinantes para a derrota do Brasil por 3 a 0.

A Copa seguinte, de 2002, teve uma característica inédita: Pela primeira vez dois países (Coréia do Sul e Japão) seriam sedes da competição. E foi do Japão que o Brasil trouxe o Penta. A campanha foi perfeita: 2 a 1 na Turquia, 4 a 0 na China e 5 a 2 na Costa Rica pela primeira fase. 2 a 0 na Bélgica pelas oitavas, 2 a 1 na Inglaterra pelas quartas e 1 a 0 contra a Turquia nas semifinais. Por fim, bela atuação da dupla de ataque Rivaldo e Ronaldo e vitória em cima da Alemanha por 2 a 0 na final. O time titular para esta última partida era: Marcos, Lúcio, Roque Júnior, Edmilson, Cafu, Gilberto Silva, Kleberson, Ronaldinho Gaúcho, Roberto Carlos, Rivaldo e Ronaldo. O comando ficou por conta do técnico gaúcho Luiz Felipe Scolari.

Na última edição da Copa do Mundo de 2006, o Brasil continuou com a sina de alternar seleções vitoriosas com grandes decepções. A seleção canarinho era vista como grande favorita ao título por possuir o chamado “quadrado mágico” formado por Ronaldo, Adriano, Ronaldinho Gaúcho e Kaká. Mas o que se viu em campo não possuía nada de mágico. É verdade que a equipe passou com relativa facilidade pela fase de grupos e por Gana nas oitavas de final. Porém, sua fragilidade ficou evidente ao perder para a França na fase seguinte em uma atuação muito fraca. O jogo decisivo ficou por conta da Itália e França e o que se viu foi uma final digna do tamanho das duas seleções. No tempo normal, 1 a 1. Na prorrogação, empate permanece e Zidane é expulso após perder o controle a desferir uma cabeçada em Materazzi da Itália. Nos pênaltis, a azurra conquista o quarto título de sua história.

E é com essa história que chegamos a mais uma edição da Copa do Mundo, desta vez África do Sul, a primeira disputada no continente africano. Quem escreverá seu nome na história? O Brasil será capaz de conquistar o hexacampeonato? Ou a Itália conquistará o quinto título, igualando-se ao Brasil? A Espanha poderá comprovar seu favoritismo apontado por muitos? A Argentina, comandada por Lionel Messi, será capaz de sair vitoriosa apesar de todas as dificuldades apresentadas durante a fase eliminatória?

Na terra de Nelson Mandela, herói na luta contra a discriminação racial, todas as nações e etnias voltam a se unir em torno de sua principal arma: a bola.




4 comentários:

  1. irado uchoa, descobri uns bgl que nunca imaginava heaioehioe, ta irado, continua assim, posta mais ai :D

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  2. Mando muito bem Gui!
    Vale a pena ler!
    Final poetico e sabio!

    Beijooos!

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  3. você escreve melhor que eu!
    já sei quem vai me sustentar depois que eu tiver 35 anos =)

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  4. Uchoa aqui é o russo , parabéns por esse blog e por sua força de vontade e capacidade de escrever, a vontade é apenas o primeiro passo ao sucesso continue assim , abraços!

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