quinta-feira, 8 de julho de 2010

Hoje o céu parece mais azul


O ano era 1950

O estádio era o Maracanã

O jogo valia o título da Copa do Mundo

O favorito era o Brasil

O vitorioso foi a Celeste uruguaia...

Aquele Uruguai, bicampeão olímpico (1924 em Paris e 1928 em Amsterdã), tornava-se então bicampeão mundial (o primeiro título veio em 1930 na primeira edição do torneio). Porém, a surpreendente virada em cima do Brasil foi o último momento de brilho da celeste em copas do mundo. Desde que os gols de Schiaffino e Ghiggia emudeceram o Maracanã, parece que a poderosa Celeste também se aquietou. Os anos que seguiram foram de letargia e de resultados inexpressivos. A camisa azul-celeste foi perdendo sua força e seu respeito perante os adversários.

Foram 60 anos nos quais 14 edições de copas do mundo foram disputadas e o resultado mais expressivo do Uruguai foi uma quarta colocação nas copas de 54 e 70. Foram 31 jogos disputados nos quais tiveram apenas oito vitórias contra nove empates e 14 derrotas.

Esse era o quadro que o Uruguai apresentava antes de iniciar a Copa da África do Sul. As expectativas não eram muito positivas quanto ao desempenho que esta seleção poderia ter, visto que tinha conseguido sua classificação para o torneio apenas na repescagem.

Entretanto, o que se viu em solos africanos foi algo que esta fora de nossa compreensão.O Uruguai em campo não era a mesma seleção frágil e pouco inspirada vista nas eliminatórias. Era um Uruguai forte, que sabia de seus limites e que estava confiante no que era capaz de fazer.

Difícil acreditar que tamanha mudança de postura deva-se apenas a alteração tática do técnico Oscar Tabarez, deslocando, o até então atacante, Forlan para a armação de jogadas. Parece que houve uma mudança de espírito, uma mudança sobrenatural que foge ao nosso entendimento e que fez com que esses jogadores incorporassem os bons e velhos tempos de Celeste Olímpica, como era conhecida.

Subitamente, o Uruguai a passou a contar com a segurança e eficiência de seu camisa 2, Lugano. Passou a contar com a raça e empenho na marcação de seu camisa 4, Fucile. Contava com a precisão e técnica de seu camisa 10, Forlan e com a pontaria certeira de seu camisa 9, Suarez.

Além disso, essa seleção nos presenteou com um dos jogos mais emocionantes de todas as copas: o jogo contra Gana pelas quartas de final, no qual Suarez sacrifica-se colocando, propositalmente, as duas mãos na bola dentro da grande área uruguaia para evitar o que seria o gol da classificação ganesa e eliminação celeste. O pênalti, cobrado por Asamoah Gyan, aos 17 minutos do segundo tempo da prorrogação, não entrou e o Uruguai conseguiu a heróica e histórica classificação na disputa por penalidades.


Depois de tudo isso, não é necessário ver mais nada dessa seleção pois, só pelo que já foi visto, é o suficiente para afirmar que o Uruguai ressurgiu e que mais uma vez figura entre as principais potencias do futebol. Ótimo para os amantes desse esporte, que agora podem ver uma camisa de peso e tradição desfilando com dignidade pelos campos do mundo.

Sendo assim, para este jogo (Uruguai x Alemanha, pela terceira posição), eu não tenho dúvidas de para quem eu devo destinar minha torcida. Assim como não tenho dúvidas de qual será a imagem dessa Copa que ficará guardada em minha mente... Teria sido a mão de Deus?

Um comentário:

  1. Mto bom o texto (:
    Unica coisa que nao foi bom, foi a mao do cara uruguaio que tiro a classificaçao da Gana :\

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